sábado, maio 20, 2006

(mor)cego

despido, sentado, prostrado
despenteado e desarrumado
indistinto e exacerbado
como um poeta, prosado,
fumo um cigarro e escrevo
bebo um copo e observo
crio, recrio e antevejo
observo o que não vejo
desespero por uma musa
algo que se escusa
caio, fico absorto
prostrado, morto,
acordo e relembro
um sonho de Dezembro
levanto-me e sinto-me zembro
cambaleio, como se falhasse um membro
insisto e quase desisto
mas, porém, todavia, contudo
consigo, grito por fim
sou cego, mas não sou mudo

perdidos já se encontraram (por) aqui
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