quinta-feira, maio 18, 2006

zzzzzzzzzzz

zzzzzzzzzzz
uma onomatopeia
sem senso ou sentido
que apanha desprevenido
o modesto ser,
suprimido sem saber
ao som de uma flauta mágica
que toca uma música trágica
à noite, e até ao amanhecer.
e sem que nada o preceda
nem som, nem luz, nem vereda
como que num instante interminável
chega ao fim a história afável
desta canção inimaginável.
e sem que se desconfie
e num som inaudível,
acorda o ser submerso,
à superfície
que nem sonha, ri ou escarnece
acorda a vida que há em mim
e todo o meu mundo estremece.
esse frágil ser em comunhão
acorda e sente então
compassado como um pelotão
a terno sorriso que há em mim
que sem nada saber, me apaixono
por esse sonho que acorda
e acorda em mim
o eu escondido
há muito perdido.

perdidos já se encontraram (por) aqui
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