sábado, março 17, 2007

confissão

confesso-me
e penitencio-me.
descrevo os pecados
como pedaços de chocolate
que com alguma veleidade
me sabem a saudade.
disseco-os, descrevo-os,
assumo-os como meus.
não os deixo para trás.
ficam comigo até ao dia,
o dia em que gostaria
que morresse a agonia,
no qual enterro as lágrimas
numa urna de ráfia,
embebida em soro,
e laçada de forma diferente
com finos cabelos de ouro
como um presente

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