sexta-feira, dezembro 05, 2008

páginas

as páginas em branco que toco
para folhear o livro que é a vida,
são rugosas, com um toque muito próprio,
como forma de manter o leitor
preso nessa página por mais algum tempo.
uma memória que se arrasta por mais tempo
como que a querer ser recordada
não pelo que conheceu ou viu,
mas, apenas, para se sentir mostrada,
coabitando na memória de outro,
apenas para se sentir viva.
passo para a página seguinte,
e leio outra, e a próxima,
e chegando ao fim, paro.
deixo as minhas memórias
- anotações, se assim quisermos -
como numa biografia que seja minha.
deixo ideias e ideias,
temas de conversa, reflexões,
profundas, superficiais, ou banais,
mas minhas, não obstante.
paro e penso:
será que estou a conseguir ver
para além do que leio e escrevo?

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