“latência” ou “inusitado”
parco de sentimento
lato no sentido
perdido por um momento
no sentir descomedido,
cometo a loucura de almejar
sequer pensar
noutra coisa que não em sustentar
a insustentabilidade do alter-ego
que em mim me desagrego
e desprendo com uma inconstância
que se revela na distância:
“e se eu não existisse
que sentirias tu?”
sentirias a espontaneidade?
a serenidade? a verdade?
a fé? a vontade?
a ganância? a subversividade?
a maledicência? a caridade?
terias acuidade ou sorririas?
por ventura vender-te-ias
talvez por uma quarta
deixar-me-ias uma carta
(culpando-me)
vai para o raio que te parta!e deixa-me com barriga farta
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