quinta-feira, junho 29, 2006

imiscuir


não me conheço
não me reconheço
tanto há a dizer
e eu desapareço

vou-me auto consumir
auto conscientemente,
vou-me imiscuir
clandestinamente

que contra-senso de palavras,
pior, de actos e sentimentos
todos temos chagas
que nos deixam em tormentos

a poesia não se esconde em si própria
tem vida, tem o ritmo que aspiramos
a poesia pode ser um exercício de oratória
pode ser a vida que enxergamos
a poesia esconde-se em ti própria

que ode magnânime, sim - ou não!
que presunção mais desconcertante
que forma disforme de emoção
brilhante, etérea, [di]amante

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