domingo, março 18, 2007

A vida em dois actos

entro num acto menor
sem tempo ter para repor
o que se perde na peça
de uma vida de dor

e assim o digo
sem rodeio ou tormento
porque esta peça dura
tanto quanto durar um momento

e passando para o acto
mor sobranceiro e mordaz
perco-me com o facto
de não conseguir ser audaz

e aqui jaz a fortuna
de uma tépida incoerência
que em homenagem póstuma
vive da sua essência

2 Comments:

Blogger Anamel said...

Há histórias que começam e acabam todos os dias. Há dias que apesar de distantes parece que já começaram antes do sol nascer.
Há dias assim... em que nada acontece, em que a vida passa e repassa às voltas e revoltas sem horizontes.
Lucas sentou-se, a posição do corpo de esguelha para o lado da janela para não perder pitada dos poucos transeuntes que desciam a pouco movimentada rua. A D. Inácia não tinha mãos a medir entre o café e a casa de habitação mesmo ao lado. O dia primaveril trouxe os estrangeiros dos ermos lugares da serra e era dia de funeral na aldeia. A igreja mesmo ao lado do café criou ainda uma maior enchente no café. O Ti Zé Pedro tinha já a cova amanhada para receber mais um dos filhos da terra.

18 março, 2007 23:45  
Blogger Anamel said...

Estes são os lugares da minha vida real a passar pelos ermos lugares virtuais...

Fazes-me falta bébé.. beeeeiiijoooo!

18 março, 2007 23:47  

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