sábado, abril 28, 2007

a noite cai sobre a cidade,
a bruma cobre os recônditos recantos,
e os pensamentos perdidos nos cantos
são abraçados pela sua cumplicidade.
os sentidos ficam mais despertos,
mais sensíveis para o que os toca,
e mesmo que perdidos em desertos
encontram uma luz, como uma aurora.
e mesmo que perdidos, sem luz nem cor
o caminho - iluminado por lampiões -
descreve um sinuoso contorno a direito
onde se encontram algumas bifurcações.
e apraz-me pensar que nessas separações
me sinto mais uno, mais eu
pois o poder de escolha que me assiste
permite-me parar e perscrutar o breu.
não fico tonto, não vacilo nem me perco
apenas me atrevo a parar e meditar
pois qualquer caminho se começa
com o primeiro passo, a caminhar

perdidos já se encontraram (por) aqui
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