domingo, abril 22, 2007

ébrio

sentado debaixo do sobreiro
- o mesmo que se perdeu na planície -
contemplo o crescer de um outeiro
enquanto deixo chegar a calvície.
vejo e revejo-me vezes sem conta.
quero descobrir o porquê de me encontrar
tão longe e tão perto de onde quero chegar
sem nada que me atraia
de modo a que fique, ou que saia.
e assim continuo, parado, sentado, quieto.
deito-me um pouco
como um velho sonhador louco
- que ao contrário de mim
descobriu a loucura de forma sã:
correu o risco, viveu e foi feliz
mesmo que por um singelo instante -
e sonho com o caminho tapado pelo outeiro
envolto pelo misticismo do nevoeiro

perdidos já se encontraram (por) aqui
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