terça-feira, maio 01, 2007

luar

fecho os olhos e segredo à lua -
enquanto o canto celeste
percorre a terra nua
de este para oeste.
graciosamente o canto se interrompe
para escutar outros sons:
o vento que assobia entre o monte,
o mar que bate na areia,
a árvore que mexe os ramos
com folhas secas a tilintar,
as cigarras a cantar.
toda uma panóplia de cores
que desenham o canto
de forma una e sem pudores
juntando-se ao canto
que retoma a sua dinâmica
de voz selvagem e etérea
que emana da terra, do céu e do ar -
e a lua sorri, cúmplice

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