quarta-feira, maio 24, 2006

"sob" ou "pedestal"

para quê sonhar, se no fundo
tudo o que fazemos mais não vale
que pôr o mundo
sob um pedestal

desse pedestal pode cair...
desfazer-se e esmigalhar
partir-se em cacos
e não se poder colar

a fragilidade da vida
tão preciosa e sublime
parece que coibida
ao encontro do destino

no fim nada prevalece
e mesmo quando não estamos no fim
pensamos se envelhece
o que nos deu a vida em si

não sinto senão tristeza
no momento em que penso
de pensar que sem firmeza
não saímos desta vida com senso

na penumbra do nada
na escuridão da luz
oiço a morte anunciada
e o som que produz

para quê sonhar com a vida
se não sairemos vivos dela?
mesmo que toda partida
senti-la-emos sempre bela

por mais triste que pareça
há sempre algo que nos aqueça
esperando que compadeça
mais uma gota de esperança

Toda esta displicência perante a vida, pois começa a (re)aparecer o sentimento de impotência perante algumas situações que nos passam ao lado, e só sabemos depois das coisas acontecerem.

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