sábado, maio 20, 2006

“sou” ou “tu”

sou o fogo que te consome
sou a água que te acode
sou o vento que te apazigua
sou a noite que te possui

sou a palavra quente
sou o verso reconfortante
sou o nada crente
sou tudo o que é perturbante

sou o tudo ou mesmo o nada
sou uma alma penada
sou aquilo que escondes do espelho
sou uma peça fora do aparelho

sou tudo o que és
sou o que almejas ser
sou o que amas, e temes
sou aquilo que queres conceber

sou o teu queixume
sou o teu costume
sou a tua vida
sou a tua sina

sou a falha no sistema
sou a consciência na tua sociedade
sou o teu anátema
sou a tua futilidade

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