quinta-feira, abril 19, 2007

camuflado

os olhos perdem-se no infinito
que no entretanto fito.
uma vaca muge,
mas poderia ser um gato, um cão,
ou um outro qualquer animal
a emitir um qualquer som.
o tempo passa como aquele comboio
e deixa o cheiro a carvão queimado
e o ar mais negro, escondendo as nuvens
como que as tingindo e camuflando.
não discorro o que está para lá,
não das nuvens, do fumo, do céu.
apenas não discorro.
não penso se vivo ou morro,
até porque não me procuro a mim.
procurar-te, foi ao que vim
e como não te encontro, volto...
a procurar-te,
por aqui
e por ali

perdidos já se encontraram (por) aqui
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