sábado, maio 20, 2006

“med(i)o”

a necessidade do medo em nada obsta
à necessidade do prazer
pois o medo enfatiza o prazer
o prazer de se sentir a viver

o medo de ser descoberto
mesmo nenhum mal tendo feito
é um direito encoberto
de uma vaidade por direito

dislexicamente irreconhecível
perdida no meio do nada
o medo atinge uma proporção inverosímil
o corpo pára... e a mente fica petrificada

e o inanimado ser se mortifica
com ritos próprios e funestos
perdidos na sua própria política,
padece por não tomar o primeiro gesto

sentindo uns laivos de heresia
uma perpétua busca interior
uma descoberta feita de batalhas
guerras, falhanços, conquistas e amor

e aqui pasmo no marasmo,
vejo auras sem cor
procuro vida em sarcasmo
vejo latência e temor

perdidos já se encontraram (por) aqui
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