“par” ou “ir”
apetece-me voar
sei lá, deixar de estar,
mudar, correr, andar,
ou porque não, gatinhar?
esta dualidade,
que em nada é igual,
apresenta uma originalidade
em tudo dual
sentindo um contra-senso
como o pesar do tempo
a velhice e sensaboria
versus
juventude e sensaboria
irreverência e veemência
claustrofobia e agorafobia
uma dicotomia na análise
que deriva da psicanálise
e que mais há a dizer?
bem, talvez, nada
abramos as portas de par em par
caminhemos sem destino
sem sítio onde parar
e quando esgotarmos,
descansemos e apreciemos
as dádivas da viagem
com tantas paragens
quantas quisermos
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