quarta-feira, agosto 23, 2006

objectivo


perscrutando o prescrever do tempo,
enquanto espero que partas,
advindo do silêncio longínquo
oiço o desfalecer do castelo de cartas.
escutando, cada vez mais perto,
oiço o silêncio e o vazio,
as cores esbatem perdendo o sentido
como uma chama sem pavio.
a cabeça ecoa tentando-se silenciar
e o sentido deixa de ser salutar
como num papagaio de papel
ao qual se solta o cordel.
e o papagaio “voa” livre
ao sabor do vento ou da brisa
sem vontade ou paixão.
com um rumo, um destino
ainda que incerto,
pelo menos tem destino.
será ele um objectivo?
ter um objectivo absurdo,
por mais absurdo que se possa imaginar
é melhor que ter objectivo nenhum.
avançar ou estagnar?

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