segunda-feira, setembro 11, 2006

assaz


apertado no sentir da sua própria estória
que nada de romântica, singela ou doce tem
sente uma comoção, como que uma vitória,
que se sente por detrás do que não vive sem.
e embora o sentido falhe, como água para a boca,
sente-se, no fundo, nas duras palavras que diz
uma doçura melancólica na palavra rouca
que soa, ecoa, da sua boca regada a anis.
ouvem-se os murmúrios das alcoviteiras,
sente-se o respirar pesado no ermo estreito,
tocam-se os frutos doces das nespereiras,
saboreiam-se alguns, bem, muitos, a eito,
vê-se a floresta, vazia como uma testa
pressente-se a mordaz pantomima
que corre como um leopardo fugaz
em busca de quem, lá no alto, jaz

perdidos já se encontraram (por) aqui
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