domingo, maio 21, 2006

cognoscência


divagando, trauteando,
indo pelo desconhecido eu
passeando, contemplando,
(re)descobrindo o que em mim morreu
numa teia de veemências
difusas, escondidas, obscuras,
são belas maledicências
são sumptuosas torturas
... e embora o que escreva
não me faça sentido
por estranho que pareça
não me sinto perdido!...
sinto apenas que padeça
de um mal repentino,
e, enquanto aqui deitado escrevo
e oiço a humildade de quem fala,
a alegria de quem canta
(e seus males espanta)
a euforia de quem ganha,
o espanto de quem descobre,
sinto-me... sei lá!...
apenas sinto, nem muito, nem pouco,
talvez um pouco – ou muito – louco
musicado pela vida – sim, pela minha –
depressivamente eufórico
como se vivesse um momento estórico
e agora penso em ti
porquê?
porque me fizeste ver o lado belo
das coisas, dos gestos, até do tempo,
dos momentos singelos,
e é por isso que em silêncio...

1 Comments:

Blogger Deutefa said...

«Nas asas do pincel» voa a atenção na busca do pormenor da tonalidade colorida do objecto. Aqui domina a técnica ao serviço do emotivo que contempla. Para esta actividade de pintar não basta emoção, é necessário visão aguda e perfeita. Van Gog é um dos pintores mais apreciados pela pastosa contorsão das imagens que curiosamente não empobrece, mas atrai e intriga. Os grandes voos nas artes quer nas letras exige boa saúde ou então perde-as cedo.

19 janeiro, 2011 16:17  

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