quinta-feira, outubro 19, 2006

hoje!?

e hoje, o que escrever?
e hoje, o que sonhar?
e hoje, o que fazer?
e hoje, o que falar?

e hoje, tudo hoje!
porque não amanhã? ouvem?
o ontem trouxe-o hoje
o amanhã, virá como o ontem

o hoje que adveio do ontem
que precede o amanhã
será o hoje que será
o ontem de amanhã?

fundo-me com o passeio encardido
sento-me num vão de escada
procuro-me, escondido
encontro-me, em nada

e o mundo gira ao contrário
e roda ao sabor da maré
de um turbilhão imaginário
e desaparece em puré

libertar

escrever
liberta a alma
aquece o sangue
acalma a impaciência
despoleta em cadência
as letras em catadupla
que passeiam e vagueiam
e a mente norteiam

quem me dera ter prazer
em ler um livro e rir
sentir a alusão a espairecer
ver uma criação e sorrir

o silêncio deste momento
jamais repercutível no tempo
um instante só, tão calmo
e eu aninhado... num enxalmo

...e há alturas em que
um não sei quê,
que vem não sei de onde
e bate não sei porquê

perdidos já se encontraram (por) aqui
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