quarta-feira, julho 29, 2009

deixa...


sou, eu sou um misto de confusões,
frustrações, desilusões, confissões,
marcas do passado que enfrentam o futuro
com um sorriso em constante sobressalto

sou aquilo que sou
aquilo que devo - ou não - ser,
sou aquilo que fazem de mim,
aquilo que me deixaram viver

que eu deixe o mundo,
que eu encontre o [meu] tempo
que eu cresça vagabundo
por entre sonhos que não entendo

deixa que eu diga,
deixa que eu faça,
deixa que eu desdiga,
deixa que eu desfaça,
deixa que eu me volte,
deixa que eu calque,
deixa que eu me revolte,
deixa que eu recalque,

assim toca o coração
que quando não diz sim, não diz não,
que quando canta se ouve mudo
que quando ouve, se sente surdo

o amanhã pode não chegar
não sei onde, mas pode ficar também parado,
pelo que, o sonho pode definhar
antes mesmo de ser sonhado

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caiu uma ponte


caiu uma ponte
em cima de um rio.
quem lhe passou em cima,
pisou-a, não a viu!
a ponte desfez-se em pedras
- alguma pedras e muitas pedrinhas -
que rolaram rio abaixo
até atingirem o leito de um riacho.
perguntei ao tempo:
- Será sempre assim?
ao que o ele me respondeu:
- Tudo tem princípio e fim:
o olhar que acorda o amanhã,
o sentir que humedece a rua,
o sol que se põe para a lua,
a lua que parte diante da manhã
em momentos de contornos fugazes
com gestos e sentimentos sagazes.
neste paraíso apenas se encontram
dois tipos de "coisas":
as que se encaixam e as que não.
olho o tempo, e encontro-o cabisbaixo,
como quem não deixou o momento acontecer.
P.S. - Fui eu quem a [ponte] deitou abaixo

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sexta-feira, julho 17, 2009

ardil
























palavras desconcertadas
que se encontram emparelhadas
em triste despautério
como que em adultério
por solteiras acompanhadas
por acompanhantes em presbitérios.
tristes realidades de momentos
cabisbaixos em desalento
que as palavras não descrevem,
não por não saberem
mas por se perderem
no seu próprio abjuramento.
ah, como é vil o querer
mais que bem querer
e como é triste
andar de arma em riste
quando o poder de sofrer
supera o poder sorrir.
desconexo de contexto
as palavras em forma de texto
surgem de uma ideia duvidosa
e de um forma ardilosa
por entre um atexto
surge uma ideia miraculosa.

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terça-feira, julho 14, 2009

não sei...


não sei o caminho;
não sei quem sou;
não sei de onde vim
nem para onde vou

não conheço esta encruzilhada;
não sei onde estou;
não sei quem fui
nem sei quem sou

não vejo mais além;
não sei para aonde vou;
não sei onde estive
nem sei onde estou

não vejo o horizonte
e as pontes estão destruídas,
nem o arco-íris faz a ponte
entre estas [nossas] duas vidas

não quero encontrar presentes,
só espero encontrar paz
seja o caminho feito para a frente
ou de marcha atrás

vou rasgar as asas
vou cair para me levantar
vou prender as asas rasgadas
e saltar novamente... para voar

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sexta-feira, julho 03, 2009

lâmpada mágica

ó lâmpada mágica
quanto do teu... sal... areia!?
que sorte trágica
em vez de dares luz, deste-me uma ideia

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quinta-feira, julho 02, 2009

lareira

este fogo é
amor que arde sem se ver
e é um querer tanto que até
não é mais do que querer

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escondida (n)a sombra

a sombra que se esconde
à espreita de um flash
que a apague de onde...
está, e noutro momento a ache

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pôr do sol

o sol que se põe
a esconder o horizonte
afasta o sonho
como que destruindo uma ponte

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4 janelas


CAZAS DO SIRIO DA IRMANDADE DE LIXBOA



são quatro janelas
que por si só
não são elas,
são apenas um pouco de pó

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