sábado, março 21, 2009

anymore

I'm taking my last breath
preparing to jump and fall down
from the edge of the depth
just failing to sink and drown.
if the sun shines at my windows
my soul rests like a restless widow
always trying to focus on a sleep
that the mind just doesn't allow to keep.
take me as I am
take me to the foreign lands
take me to the place where souls flow
and bodies just lie hand-by-hand.
take me to nowhere
take me where I seam to bear
the pain that bends the mind to brake
because my body just can't take
any more

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sexta-feira, março 13, 2009

onde estar?

desde que o tempo se perde
por entre o tempo que faz,
que a percepção toma conta da
mente que não se satisfaz

sinto uma lívida sensação de paz
por sentir o tempo a passar,
mas nada do que penso me apraz
ao sentir que o tempo vai acabar

não vejo luz ao fundo do tonel,
e o túnel de tão cheio não vaza,
não sinto a percepção como cruel
pois sinto-me a voltar para casa

"home is where the heart is"
e o coração pode querer estada
onde o coração apenas não está
no momento certo, à hora errada.

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domingo, março 08, 2009

eterna incerteza

desconexo, com os sentidos perturbados
pela chuva que bate e cai aos meus pés,
desvendando para lá da torpe os sonegados
pensamentos que se aproximam com revés.
as poças de água brilham como poemas
iluminadas pelas letras que gotejam
e, ao caírem, com seus diferentes fonemas
deixam um arco-íris para que as vejam.
tenho vertigens, ao olhar lá do cimo
as gotas que vão caindo na rua,
mas não tenho medo das alturas.
posso saltar sem quaisquer medos
que apenas sinto as tonturas
por ver perder os meus segredos
enquanto o céu foge de mim.
será tão difícil esquecer a vida
quando se está tão perto do fim?

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sentimento de mais um dia

haverá algo pior que sentir-se só no mundo?
um cheio de pessoas, multidões, conceitos,
sociedades, metrópoles, preconceitos...
haverá quem tenha nada e sinta que tenha tudo?
será que sentir que um mundo de ansiedade
que se curva perante a visão turva que nos invade
é absolutamente melhor que não sentir nada?
será que sentir não é apenas um ludibriar da mente?
que se sente omnipresente, omnisciente e impotente
perante o que nos acontece e sem possibilidade,
aparente ou real, de nos agradar, e encontra
um mecanismo de nos defender da frontalidade
de encararmos o que não podemos ir contra?
ah, talvez o sentir não seja mais que um meditar,
ou, talvez, seja o oposto, ou algo diferente
mas é verdade que encontramos formas de ultrapassar
os maiores obstáculos que se colocam à nossa frente
sem termos de deixar morrer os sonhos... ou parte deles.
talvez o sentir advenha de sentirmos a alma afogada
em gritos cortantes, tristezas sonantes... medos profundos.
haverá algo pior que sentir-se só no mundo?
talvez sentir a alma integrada quando já não existe nada

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sábado, março 07, 2009

a porta

batem-me à porta, com um bater rouco
que mal oiço, devido à chuva que cai lá fora,
e bate, bate, bate no chão que se desfaz, oco,
à espera de brotar em flor toda uma nova flora.
batem novamente, e oiço-o, como da vez anterior,
mas desta vez acordo e olho a porta

uma voz vocifera grunhidos imperceptíveis,
mas o seu som ecoa pela água que cai,
por entre essas gotas molhadas e quase invisíveis
que molham tolos, inteligentes e gente demais.
- Quem é? pergunto, perscrutando resposta.
oiço de novo um murmúrio, e vou à porta

olho para o chão, e vejo a sombra entoada
por entre a noite lá de fora, ao luar, indefinida,
e parece-me que escorre, de tão molhada
um qualquer líquido de cor amarelecida.
talvez seja do tempo, mas que importa?
ah, talvez seja da luz que alumia a minha porta

volto a indagar por quem à minha porta bate
e oiço um soluço arrastado, quase mudo,
que me faz aguardar por meu intento, sem debate,
e ouvindo um outro soluço que conta tudo,
rodo a velha chave, ferrugenta e torta,
e vejo a figura que se estende, encostada à minha porta

subitamente, como se tudo parasse menos nós,
sinto-a desfalecer, caindo para dentro da estalagem
como, ao sabor da maré, voga uma casca de noz,
e a vida perde o seu brilho, procurando nova paragem.
olho-a, como quem contempla uma natureza morta,
e ali estava ela, jazia, prostrada à minha porta

o tempo perde o seu significado contínuo,
e a velocidade de meus actos não é a mesma
pois o tempo para reflexão faz-me sentir ambíguo
e dou comigo a pensar com a velocidade de uma lesma.
num ápice - ecoa uma voz - o silêncio que se corta
apenas pedindo, com uma voz suave, que se feche a porta

o frio aquece, com ajuda de uma lareira que crepita,
libertando luzes, sibilando ao sabor de suas vontades,
deixando nossos corpos quentes - e uma chaleira apita,
com água a fervilhar para aquecer o chá - e a matar saudades.
saio, num ápice, e apanho cidreira molhada da horta.
volto a entrar em casa, e ao entrar esqueço a porta.

misturo a erva - já seca - com a água a ferver
e faço chá para nos aquecer, o corpo e a alma,
e falamos daquilo que não conseguimos antever
e, já quentes e lestos das palavras, ganhamos uma nova calma.
cremos na palavra que ditamos e para onde nos transporta
pois as palavras aquecem o frio, que trespassa a esquecida porta

talvez sejam últimos instantes de palavras perdidas
e ainda que ínfimas e sem sentido para uns tantos
essas palavras ditas ao sabor do chá quente, jamais serão esquecidas
por quem as entoou, e por quem as ouviu em prantos.
esqueço por momentos as palavras e quem as aporta
para me chegar perto da "esquecida" e torná-la na "fechada" porta

tantas questões a colocar, tantas a responder e a solucionar,
umas com a força da razão, outras com o saber do coração,
mas todas elas diferentes e iguais com o mesmo intento subliminar:
perscrutar por entre a alma fria nos momentos quentes de solidão.
subimos para um quarto, para sentirmos como se comporta
o amor entre dois estranhos, sem sequer fechar a porta

e a noite acaba com o soar do sino, e o cantar de galo,
dando lugar à alvorada resplandecente que nos conduz
a dar as mãos, como duas crianças que recebem um regalo
e a quem a vida, para além de amar, também seduz.
e a felicidade é acaso do momento que se acerta
com a hora de deixar a, outrora fechada, porta aberta

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quarta-feira, março 04, 2009

ao tempo que não volta a passar

era uma vez
às duas por três
e às páginas tantas
caíram porquês.
porque é que os ontens
dos amanhãs são tão diferentes
dos amanhãs dos ontens?
porque planeamos o dia
e vivemos de forma diferente?
porque não reflecte o plano
o dia em que estamos?
e o dia que passamos,
juntos ou separados,
consegue reflectir-se tanto
nos outros que nos rodeiam
e em nós apenas deixa
o sabor das coisas inacabadas,
e as saudades de não saber
o que aconteceu ou o que vai acontecer.
um brinde à dor, ao prazer, aos momentos
passados que não voltam para nos ver

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