segunda-feira, junho 22, 2009

ironia

o universo adora a ironia
e a ironia maior que é:
não pagas só o tempo que usas,
pagas o serviço completo.
e para uma ironia que acaba em alegria,
as reacções geradas pelas acções
tornam-se um sinal de algo igual
a uma pedra filosofal,
que emana fogo sobrenatural
por entre os poros suados
de dois corpos entrelaçados
que se unem na desunião
de duas almas em comunhão
de espírito, matéria e dor,
emaranhados numa só cor,
num só ser, num só sabor.
gosto de pensar que é imaginação,
mas é uma viva recordação.
e como que em despedida
eternizo-me com uma questão:
durará ela [a recordação] mais que uma vida!?

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quinta-feira, junho 18, 2009

até

vou abrir as asas e partir,
vou deixar vidas para trás e sorrir,
"vou, vou, vou!" ou "ficam, ficam, ficam!"?
vou com um pensamento: deixar os problemas,
e procurar que outros [problemas] me encontrem.
parto por opção, parto porque sim,
parto porque não... te quero junto a mim!
vou com o tempo, que não me deixa,
e passado mais um ano, olho para trás
a sentir que a maior tristeza é a queixa
de quem não sofre pelo que o destino lhe traz.
venha o destino e por amor
que o destino não desdenhe a meu favor.
vou, acompanhado de singelas diademas,
a que posso chamar sonhos, e não se separam das filhó
- com farinha e ovos, óleo ou azeite, e por vezes açúcar -
para recordar a vida, como a farinha recorda a mó,
que tanta farinha moeu para criar doces e adoçar
a imaginação de quem parte... só!

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terça-feira, junho 09, 2009

doutrina

descendo as colinas de Lisboa,
caindo com as palavras secas
que molham o chão e que magoa
quem tropeça nas suas letras.
proibissem o destino
de desistir sem combater
como se fosse um ser divino
que apenas observa em lugar de ver
e o mundo seria um lugar sem fado,
nunca sendo perdido ou achado.
porque o amor é uma comenda
e por mais que viva
não tenho qualquer emenda
e vivo como quem aviva
uma memória tremenda.
continuo a descer, perdido,
e a formar palavras
que se adornam de sentido.
e sem saber se lacras
as missivas que me destinas,
(re)leio como sendo a primeira
a missiva com que me doutrinas

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