sexta-feira, agosto 07, 2009

fim

é o fim do mundo!
ah, ah, e o que me importa?
só não quero ser mais um
que não acerta com a chave na porta

é dia de dizer palavras,
é dia de dissertar, só porque sim,
vamos ver borboletas transformadas de larvas,
porque um dia, tudo terá um fim...
um propósito, um intento,
e sem mais delongas
dou asas ao desalento
para se cobrir de profecias
e procurar com alento
o fim para os seus dias

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sei de cor

um pássaro flutua no seu mundo,
escuro, em breu, em desvario,
voa para lá, longe, ao fundo,
como um peixe perdido no rio

deixai-o seguir, pois então!
por que o caminho faz-se assim,
caminhando, voando, nadando ou não.
deixai-o prosseguir, apenas porque sim

gostava de ver o tempo a voltar para trás
e o que conhecemos como evolução fosse apenas
mais um passo atrás numa panóplia de ideias
concebidas com base numa premissa errada,
como uma persiana cerrada

quem nunca chorou que atire a primeira palavra
ao invés de dar a mão para ajudar
quem com apenas sonhos move a imaginação
e não sabe o limite, ou se algum dia irá parar

jamais seremos iguais
creio que me perco no receio
no medo de perder o segredo
que guardo com anseio... de contar

as palavras não saem,
sinto a fraqueza a tomar conta delas,
sinto que partem,
sinto que... posso chorar por elas.

passo por elas, e nem as sinto,
não sinto o seu bafo ou o seu suor,
não as vejo, nem quando minto,
mas sei-as de cor

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formigas

é primeiro de Agosto lá fora
e as formigas encarreiradas
passam por ali, porta fora,
em direcção às vidas deixadas
num qualquer ninho, desconhecendo o local
mas conhecendo o cheiro que emana
voltando sempre de cara alegre e jovial
sem sequer pensarem onde pára a semana

em Dezembro dá-me um fio de sol,
em Julho dá-me um fio d'água fresca e límpida.
não quero o ouro, pois como o anzol
prende-nos a vida sem a deixar ser vivida.

seguem por aí sem se qeixarem,
seguem sem se preocuoparem
se o céu lhes diluirá as vidas
ou se prosseguirão com suas cantigas!

e sem rodeios ou delongas
irrompem no espaço que invadem,
à procura, à descoberta
de uma porta deixada aberta

em Dezembro dá-me um fio de sol,
em Julho dá-me um fio d'água fresca e límpida.
não quero o ouro, pois como o anzol
prende-nos a vida sem a deixar ser vivida.

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só... a dor

a dor que consome por dentro
como um fogo que arde apagado
consumindo de fora até ao centro,
não brotando um fumo cerrado,
mas apenas cinzas que se incendeiam,
queimam a alma e te encandeiam.

a dor que sente em sossego,
a dor que se recobra dos sorrisos,
dos olhares trocados em desassossego
dos sentimentos que sentimos
de outros que omitimos
de tantos que mentimos
e daqueles que fingimos.

a dor que nasce do prazer
tal como a escuridão nasce da luz
mas procuremos, juntos, onde jazer
a dor que tanto magoa e seduz

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