quarta-feira, março 16, 2011

crescer e aprender

ele quis ver,

e eu abri os olhos com ele.

e ele quis rebolar,

e eu rebolei com ele.

e ele quis gatinhar,

e eu gatinhei com ele.

e ele quis levantar-se,

e eu levantei-me com ele.

e ele não queria cair,

e eu caí e levantei-me com ele.

e ele quis subir,

e eu subi com ele.

e ele quis ver mais além,

e eu pu-lo às cavalitas.

e ele quis andar,

e eu dei-lhe a mão.

e ele andou,

e eu andei com ele.

e ele quis fazer acontecer,

e eu dei-lhe espaço.

ele fez, e cresceu,

e eu cresci também.

terça-feira, janeiro 26, 2010

gotas de tempo

nesta sala,
fechada por quarto paredes
e aberta por uma janela
e uma porta,
tento perscrutar o som,
que oiço ao longo do tempo,
ecoando lá fora
como um relógio de corda.
o som perde-se,
assim como as gotas
de chuva que entram
e se perdem no soalho
deixando pequenas gotas de orvalho,
como que pequenos, e brilhantes, diamantes,
a reluzir ao fogo da lareira,
até desparecerem com o calor
que crepita e reluz.
adeus, diz-me o tempo
pronto a partir -
para longe, outro lugar -
e, num momento, pára...
escuta, olha, suspira,
e olhando para o relógio
respira, deixando o espelho embaciado,
e parte...

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segunda-feira, setembro 07, 2009

where’s the riddle?

I'm just a little boy trapped in the middle
I don't know where, I don't know why
I guess it shows I was caught in a riddle
and I wonder where the hell am I?

Heavens is just outside the door
I wonder which door and why
I don't see the floor
and I think why, why, why?

I'll give you my hand and let's go somewhere
let's go to where we want to go
let's be who we want to be
let's just don't care

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sexta-feira, agosto 07, 2009

fim

é o fim do mundo!
ah, ah, e o que me importa?
só não quero ser mais um
que não acerta com a chave na porta

é dia de dizer palavras,
é dia de dissertar, só porque sim,
vamos ver borboletas transformadas de larvas,
porque um dia, tudo terá um fim...
um propósito, um intento,
e sem mais delongas
dou asas ao desalento
para se cobrir de profecias
e procurar com alento
o fim para os seus dias

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sei de cor

um pássaro flutua no seu mundo,
escuro, em breu, em desvario,
voa para lá, longe, ao fundo,
como um peixe perdido no rio

deixai-o seguir, pois então!
por que o caminho faz-se assim,
caminhando, voando, nadando ou não.
deixai-o prosseguir, apenas porque sim

gostava de ver o tempo a voltar para trás
e o que conhecemos como evolução fosse apenas
mais um passo atrás numa panóplia de ideias
concebidas com base numa premissa errada,
como uma persiana cerrada

quem nunca chorou que atire a primeira palavra
ao invés de dar a mão para ajudar
quem com apenas sonhos move a imaginação
e não sabe o limite, ou se algum dia irá parar

jamais seremos iguais
creio que me perco no receio
no medo de perder o segredo
que guardo com anseio... de contar

as palavras não saem,
sinto a fraqueza a tomar conta delas,
sinto que partem,
sinto que... posso chorar por elas.

passo por elas, e nem as sinto,
não sinto o seu bafo ou o seu suor,
não as vejo, nem quando minto,
mas sei-as de cor

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formigas

é primeiro de Agosto lá fora
e as formigas encarreiradas
passam por ali, porta fora,
em direcção às vidas deixadas
num qualquer ninho, desconhecendo o local
mas conhecendo o cheiro que emana
voltando sempre de cara alegre e jovial
sem sequer pensarem onde pára a semana

em Dezembro dá-me um fio de sol,
em Julho dá-me um fio d'água fresca e límpida.
não quero o ouro, pois como o anzol
prende-nos a vida sem a deixar ser vivida.

seguem por aí sem se qeixarem,
seguem sem se preocuoparem
se o céu lhes diluirá as vidas
ou se prosseguirão com suas cantigas!

e sem rodeios ou delongas
irrompem no espaço que invadem,
à procura, à descoberta
de uma porta deixada aberta

em Dezembro dá-me um fio de sol,
em Julho dá-me um fio d'água fresca e límpida.
não quero o ouro, pois como o anzol
prende-nos a vida sem a deixar ser vivida.

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só... a dor

a dor que consome por dentro
como um fogo que arde apagado
consumindo de fora até ao centro,
não brotando um fumo cerrado,
mas apenas cinzas que se incendeiam,
queimam a alma e te encandeiam.

a dor que sente em sossego,
a dor que se recobra dos sorrisos,
dos olhares trocados em desassossego
dos sentimentos que sentimos
de outros que omitimos
de tantos que mentimos
e daqueles que fingimos.

a dor que nasce do prazer
tal como a escuridão nasce da luz
mas procuremos, juntos, onde jazer
a dor que tanto magoa e seduz

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quarta-feira, julho 29, 2009

deixa...


sou, eu sou um misto de confusões,
frustrações, desilusões, confissões,
marcas do passado que enfrentam o futuro
com um sorriso em constante sobressalto

sou aquilo que sou
aquilo que devo - ou não - ser,
sou aquilo que fazem de mim,
aquilo que me deixaram viver

que eu deixe o mundo,
que eu encontre o [meu] tempo
que eu cresça vagabundo
por entre sonhos que não entendo

deixa que eu diga,
deixa que eu faça,
deixa que eu desdiga,
deixa que eu desfaça,
deixa que eu me volte,
deixa que eu calque,
deixa que eu me revolte,
deixa que eu recalque,

assim toca o coração
que quando não diz sim, não diz não,
que quando canta se ouve mudo
que quando ouve, se sente surdo

o amanhã pode não chegar
não sei onde, mas pode ficar também parado,
pelo que, o sonho pode definhar
antes mesmo de ser sonhado

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caiu uma ponte


caiu uma ponte
em cima de um rio.
quem lhe passou em cima,
pisou-a, não a viu!
a ponte desfez-se em pedras
- alguma pedras e muitas pedrinhas -
que rolaram rio abaixo
até atingirem o leito de um riacho.
perguntei ao tempo:
- Será sempre assim?
ao que o ele me respondeu:
- Tudo tem princípio e fim:
o olhar que acorda o amanhã,
o sentir que humedece a rua,
o sol que se põe para a lua,
a lua que parte diante da manhã
em momentos de contornos fugazes
com gestos e sentimentos sagazes.
neste paraíso apenas se encontram
dois tipos de "coisas":
as que se encaixam e as que não.
olho o tempo, e encontro-o cabisbaixo,
como quem não deixou o momento acontecer.
P.S. - Fui eu quem a [ponte] deitou abaixo

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sexta-feira, julho 17, 2009

ardil
























palavras desconcertadas
que se encontram emparelhadas
em triste despautério
como que em adultério
por solteiras acompanhadas
por acompanhantes em presbitérios.
tristes realidades de momentos
cabisbaixos em desalento
que as palavras não descrevem,
não por não saberem
mas por se perderem
no seu próprio abjuramento.
ah, como é vil o querer
mais que bem querer
e como é triste
andar de arma em riste
quando o poder de sofrer
supera o poder sorrir.
desconexo de contexto
as palavras em forma de texto
surgem de uma ideia duvidosa
e de um forma ardilosa
por entre um atexto
surge uma ideia miraculosa.

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terça-feira, julho 14, 2009

não sei...


não sei o caminho;
não sei quem sou;
não sei de onde vim
nem para onde vou

não conheço esta encruzilhada;
não sei onde estou;
não sei quem fui
nem sei quem sou

não vejo mais além;
não sei para aonde vou;
não sei onde estive
nem sei onde estou

não vejo o horizonte
e as pontes estão destruídas,
nem o arco-íris faz a ponte
entre estas [nossas] duas vidas

não quero encontrar presentes,
só espero encontrar paz
seja o caminho feito para a frente
ou de marcha atrás

vou rasgar as asas
vou cair para me levantar
vou prender as asas rasgadas
e saltar novamente... para voar

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