Procuro a inevitabilidade de me sentir perto,
ainda que longe.
Procuro na ausência do teu olhar
a permanência do teu sorriso
e a consequência dessa dicotomia é o que anseio.
Não carece ser perene, basta que seja intensa.
Mesmo volátil, fica o consolo de ter vivido...
mesmo que por um breve momento.
E embalado na música,
pontuando, numa discreta intromissão
o que escrevo, sem sentido,
como o som que falha na audição.
E perdido continuo a embalar um sonho
há muito acordado pela realidade,
pela fraude de anuir sentir
o que não sinto
e como tal, [me] minto.
O medo de não sentir
não me deixa sentir sequer
e o sonho assim se esvai
como areia que passa,
por entre os dedos,
como a água que escorre,
por entre os dedos,
como o amor que se esvai
por entre os medos
como tu que foges,
por entre [os meus] segredos.
A ideia é como terra estéril
a sugestão torna-se débil
falta sentir o desabrochar
para o sentir poder adejar